terça-feira

Sobre estrelas e sobre amor

Conheciam-se há pouco, muito menos daquele tempo "conheciam-se há anos" tão de sempre.
Ela, ingênua, do vivido e do viver, sempre tão na dela, sempre tão naquelas, naquelas delas de sempre-nela mesma como um pacto que pra si e pras mil-ela(s).
Ele, tão sempre aberto e acolhedor, sem outros-ele pra encontrar e reencontrar nas reviravoltas dos que não eram ele(s).
Aí veio o acaso, o mais puro acaso que já se encontrou:
Desde esse acaso, conheciam-se, então. Há muito pouco. Aquele pouco suficiente pra um relance transparente.
Vieram as coicidências, os encontros e conversas. A arte. O roquenrou dos Mutantes e das fadas (dos besouros?). O violão e a voz. A cerveja. O amor.
Amor platônico mesmo, amor que te une por sangue, pelo suor, pelo igual. Amor pela pura luxúria, pelo desejo, a vontade, a necessidade. O amor-amor. O amor dos amigos que se olham e se riem e não falam e não explicam e entendem e suportam e amam.
Amor platônico. Mesmo. Amor que unia todos os amores. Amor que não é suprido por amor algum. Amor além, inatingível, inultrapassável. Amor de dentro. De fora. Amor insaciável, insatisfeito. Eterno.
Amor tão amor que nem amor é.
Esse amor de menos-de-meia-dúzia-de-anos era tão amor que ela encontrou uma si mesma que não era mesma e muito menos si. Ela se encontrou como a Rita Lee que foi passear. E ele encontrou seu si numa vida de cachorro. Como caroço e maçã, que não sabiam qual vem de qual, pois nem sabiam qual era qual. Como uma alma segmentada por um fio de navalha, tão bem se encaixavam. Como uma alma que é una, como uma estrela que se faz e refaz de si mesma e de fora.
Ela e ele, e ela e ele e ela e ele como uma estrela.
Conheciam-se há pouco, mas eram uma estrela... Conheciam-se desde sempre.




datado de 21.Agosto.09, numa insana vontade de exprimir o inexprimível.
Sem cortes. Sem censura. Sem mudanças ou apurações ou lapidações.
O inexprimível em sua forma bruta, porém leve como uma brincadeira de rimas quase brancas.

Aquele abraço.

Desanuviar

Vai embora, nuvem, vai embora e não vem mais?

Sobre irmãos

Se entregue de corpo, se entregue de alma, para que receba aquilo que ofereceu.

segunda-feira

sobre você

gosto da sua acidez.

da seu amargo.

gosto até do seu azedume.

não fosse assim, não seria quem é. não seria você. e aí não seria nem eu.

e, não fosse assim, não seríamos.

finalizando o café da manhã, meio cigarro pra chegar ao destino.

sexta-feira

Historinha

Ele pensava em muito tudo...

Aí eles riram muito de tudo.

segunda-feira

quinta-feira

Nothing's gonna change my world.

domingo

De repente tá tudo errado de novo.

Não sei meu rumo. Não sei das coisas. Nunca soube. Não sei de nada, nunca soube.

Tá tudo errado. E de novo.

Se foi a euforia, a mania. A melancolia violeta toma minhas tardes e uma fumaça densa me sufoca por instantes.

Nada mais me presta.

A arte.

A música.

A criação.

A admiração.

O tentar.

O querer.

Tá tudo errado.

Tô toda errada.

segunda-feira

sobre um tudo

tudo é eterno enquanto dura. -piegas e nem por isso menor. pelo contrário, aqui e agora é maior.




que dure então.

domingo

E voltam as insônas e os traumas e os medos e as ânsias.
Ai, a falta, a falta que me faz, a carência, o desejo.

Sem avisos some. Não chama. Não avisa. Não espera. Aí me entrego com sua chegada.




Insônia.

sexta-feira

sobre entregas

A vida é feita de entregas.


E dessa vez eu explico meus porquês.

Para qualquer coisa que se faz nessa vida há inúmeras experiências, inúmeros pensamentos, élans, caminhos, decisões, escolhas. Cada um leva a horizontes de outros pensamentos, experiências, e daí por diante, num ciclo interminável até o último segundo de nossa vivência.
Matematicamente falando há sempre possibilidades de algo ser bom ou ser ruim, dar certo ou dar errado; mas o que nem sempre se pensa é que pode ser bem e ruim ao mesmo tempo, certo e errado ao mesmo tempo. Afinal, o que tais palavras designam? Uma moral imposta pelos nossos pais e pelo mundo ao nosso redor? Uma condição? Uma mera palavra que pode ter seu significado abstraído e/ou simplesmente esquecido? O certo e o errado, por sinal são tão mutáveis quanto um rio - a maravilhosa decisão tida por nós mesmos como certa naquele exato momento podem tranformar uma parte toda da sua vida em algo que você mesmo apontaria e condenaria como errada bem como algo muito errado pode mais tarde ter sido certo. Aquele lance bíblico de Deus escrever certo por linhas tortas, sabem? Não sou religiosa mas isso certamente resume em muito o que escrevo aqui...
Ainda matematicamente falando, se pensarmos dessa maneira então, haveríamos de ter a certeza de enlouquecer o quanto antes; o que nos leva a não filosofar nem minimamente pensar sobre futuro/destino/escolhas/possibilidades/etc/sabe-se lá o que acreditamos. Assim então, viria o sofrimento com muitos pensares e escolhas e fatos e possibilidades e "erros" e "acertos", o que nos traria o medo de fazer qualquer coisa nessa vida.
Logo, não se viveria plenamente.

Aqui concluo minha primeira parte de pensamento, o que de uma forma ou de outra me leva à segundas partes. Eis então uma delas:

De que vale viver com o medo das possibilidades de chances erradas, impossíveis, furadas? Principalmente se não nos é imposto pensar assim e acabamos sempre chegando a esse medo comum? Medo de viver... Realmente não me parece nada confortáel ou satisfatório. Temos medo enquanto dá certo de depois dar errado. Só nos resta [só me resta] a entrega. Sabendo das chances. Entregar-se enquanto tá certo e depois nos resolver conosco e com o mundo quando estiver errado e partirmos pra outras entregas. Entregar-se às amizades, ao trabalho, aos pensamentos, aos amores. De repente dá mais medo entregar-se até, mas pelo menos ao meu ver é uma vida um pouco menos medíocre.

Aqui já começo a me perder em minhas palavras. Mas pra mim, de qualquer forma, por enquanto o "certo" ou o "mais certo" é a entrega. E quando eu quebrar a cara de novo talvez eu mude de idéia. Até lá, fico aqui, a me entregar.

sábado

sobre a vida

A vida é feita de entregas.





sem mais.

quinta-feira

Eu estava pensando... será que algum dia terei girassóis e "Something"? Ou isso é só coisa de filme?
Talvez eu deva participar de um filme então.






Que seja.







Viajar pra longe por tempo indeterminado um dia me pareceu um grande atrativo e algo mais que certo nas minhas vontades, necessidades e desejos.
Hoje já não tenho mais tanta certeza assim.
Talvez sentisse falta da cama, do lençol, do travesseiro. Das prateleiras com dicionários, Allan Poes, Garcías Marquez, Marcelos Rubens Paivas, Aldous Huxleys. Dos meus G'N'R'S's e Lobões, dos Tarantinos e Kubircks, das Björks e P. J. Harveys. Dos Besouros e das Morfinas. Daqueles que iriam no coração. No corpo. Na mente.

Me sinto tão apertada agora... Acho que é a primeira vez em muito tmepo que essa conseqüencia vem de outras causas. Até sinto um medinho. Uma ansiedade pra falar direito.

Tá tudo turvo à minha frente. É como se fosse um vidro num corredor longo, profundo e escuro, e como se essa passagem fosse de fumaça; não sei o que se sucederá.
"it feels so right, so hold me tight..." (???)



absolutamente descontrolada, perturbada, desnorteada, indecisa, incerta, imobilizada, fragilizada, amedrontada.
absolutamente apaixonada.
entregue.
ridícula e insuportável.
chorona, sucetível e babona.
absolutamente entristecida.













absolutamente amando.






estou insône, louca, naturalmente bêbada, dopada, desligada.
estou enjoada. o único frio que sinto é o do meu estômago nervoso e ansioso. não sinto fome. não sinto vontade de dormir. comer. nada.
não sinto vontade de nada, sinceramente.
nada.

me sinto absolutamente impotente.






um chamado de socorro:

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH




(que merda. que merda. desabafos...)
(cheguei à conclusão de que... o que era pra esse blog ser, e foi, e não sei mais se é, se perdeu... era pra eu esvaziar a cabeça e conseguir noites menos insones. de que adianta?)

domingo

Quebrando o ciclo de tormentas contínuas, seguirei reproduzindo outras tantas.


28.Abril.09

Sonhou com aqueles corvos novamente. Aqueles malditos corvos.
Bicavam, avoavam, desciam rasantes sem dó, atacand com imensa brutalidade.
O céu escuro, dessa vez, não estava cravado de estrelas. Aqueles lábios se foram e levaram toda sua alegria e vontade de viver. Aí vinham os corvos. Malditos.
Traziam o terror, o pavor de viver, de morrer, trazim o vazio.
O céu estava escuro e calmo. De coorvos.



sem registro de data

Entrou no ônibus. Sei lá porque, pensou, insistiu em pegar o livro. Aí veio o enjôo, como sempre. Sempre enjoava. Parou de ler e ficou a olhar pela janela os faróis dos carros passando e piscando, riscando os rostos na rua.
O enjôo não passava, nem iria passar tão cedo. Foda-se, já ia descer mesmo. Era tudo culpa do uísque, é claro, e a ânsia não duraria muito mais.Pra curar o mal-estar tomaria outro então. Uísque cura tudo. Sempre cura.
Sentou, pediu uma dose, caubói. Jurava pra si e pra quem quisesse ouvir que não era alcoólatra, não ainda - todos sabiam que sim, inclusive ela, que tentava esconoder o fato de só mais uma dose não era nada.
"Um caubói pra menininha do batom, alí no balcão". Ela estava sempre no balcão. Dava a sensação de uma solidão acompanhada, nem que fosse do copinho.
Com a perna cruzada no joelho, os pés começaram a formigar, quase como quando gozava. Na companhia do copo, então, apoiada no balcão e na parede ao lado, fechou os olhos. Segurava o cigarro com a mão esquerda e com a outra acariciou o cabelo curto, desceu pelo pescoço nu

...
a terminar.
Sonhei com você.
Uma estranha sensação de paz e, aquilo que é mais estranho ainda, um pressentimento de que as coisas ficarão bem, me assolam assustadoramente nesse exato momento.

[isso poderia ser uma falsa impressão mas, tô tão tranquila... que na verdade não poderia.
[o medo vai bater em pouquíssimo tempo agora.]



















Ou seria essa sensação fruto duma bebedeira que não passou? Um relaxamento além do normal?
Vai saber.

segunda-feira

A mil

Muitos medos, muitos choros, suspiros demais, muito enjôo.
Muitas noites sem dormir, muitos dias sem comer, muitos cigarros, e a cerveja.

Muito estresse.
Muito cansaço.
Físico.
Emocional.
Mental.

Exaustão, esgotamento. Me exauri. Me exauro.

Falta de colo.
Pra chorar.
Pra rir.
Pra dormir.
Conversar.
Compartilhar.
Ficar em silêncio.

Silêncio.
É só o que me resta, junto às minhas lágrimas. Ao meu enjôo. Ao meu medo, minha ansiedade, minhas tensões. E minhas palavras.
Atropeladas palavras que me restam junto aos suspiros.
Suspiros.

Suspiro.


Não que eu não tenha às companhias. São todos meus, vocês. Levo no coração, na mente, no corpo. Mas não tivesse eu nada disso, corpo, mente e coração, tudo me seria mais fácil nesse momento.

Tormenta.
Cabeça a mil. Não durmo. Jamais dormirei novamente.
Incertezas.
Aquela coisa toda que vocês já sabem.

E o medo.
O medo.

domingo

sobre a falta

suspiros intensos infindáveis incontáveis cada um leva um pedaço pedaço de mim arrancado dolorido e triste cada um é uma pontada firme e cuidadosa no peito e na mente cada um é uma pequena dor eterna cada um me diminui mais e mais e mais e mais surpiros tremidos suspiros fracos suspiros úmidos suspiros frios suspiros controlados suspiros disfarçados suspiros aliviantes suspiros

suspiros pensativos, suspiros, que querem dizer, pedir, que imploram: fica aqui, segura minha mão e não vai nunca mais......?

.

terça-feira

Sem julgamentos

[E quando dizes que devias ter mudado tuas perspectivas quando tinha tempo e não deixar-se levar em sonhos e desejos sinto medo, sinto pavor.]



A consciência é sofrida, é dolorida, sempre foi e sempre será. Maior sua densidade, mais e infindas angústias. O silêncio, o amor, a paixão, o conhecimento, os sonhos e desejos, as necessidades, as obrigações, tudo nos é passível de dor. Tudo nos é possível de dor.
E se não for assim, como costumo repetir, não tem graça.
Não que a alma agüente tal intensidade, tantos picos, oscilações e confusões por tanto tempo, hei de concordar.
Mas então chego ao seguinte ponto: a consciência, os sonhos, as obrigações... Não só esses são doloridos. Suas ausências também. Que vida triste teríamos sem sonhos, que sentimento de imprestabilidade (isso existe se for escrito assim?) nos afogaria sem as obrigações. Que miseráveis seríamos sem consciência.

Claro que meu ponto aqui não é tirar ninguém das trevas eternas de uma alma rasgada e consfusa, acho que todos nós precisamos disso, e eu digo com propriedade que isso tudo faz tão bem quanto mal.
Não, meu objetivo aqui não é dizer que isso tudo é muito ruim ou muito bom. Minha intenção é falar da necessidade de saber que isso é uma escolha. E há alguém que já teria dividido comigo muitas e muitas vezes suas concepções sobre escolhas...

O que se precisa na verdade é de tempo, então (hei de concordar e aceitar, também, até porque simplesmente compartilho do seguinte:) Tudo tem um tempo pra acontecer com cada pessoa e esse tempo jamais será revelado seja lá como for a nós, miseráveis e sujos humanos. Não existe uma marcação média de meses pra se dizer "amo você". Nunca houve uma quantidade mínima de tempo pra chegarmos à consciência da paixão. O tempo exato ou médio de tomar um duplo na padaria. O tempo nos é limitado, o corpo nos é limitado, um dia sucumbiremos à Natureza, mesmo achando que podemos dominá-la incondicionalmente (e não quero que isso seja papo ecochato agora).
O tempo é incontrolável, é relativo para cada coisa, em cada situação e com cada pessoa. [O tempo passa num quarto vazio?] Obviamente, eu direi também, não precisamos ficar esperando o tempo passar para achar que algo deve ser feito ou pensado. Devemos simplesmente sentir, pensar, fazer na hora em que nos for conveniente, ou em que o impulso nascer do élan de ligar, de falar, de calar. De chorar.
Poderia ficar falando horas e horas sobre isso, sobre essas coisas que nos atormentam os espíritos, a cabeça e o corpo, mas contraditoriamente estou atrasada.
Não que seja escritora, mas trabalhei um bom tempo nesse pequeno escrito, um tempo que agora me poda e que não tenho mais.
E claro, não foi tempo suficiente da mesma forma como nada nessa vida me será suficiente...

Sim, algo do tipo 'no satisfaction', mas menos dramático.
02.Junho.09. uma pouco da manhã.




Sabe aquela hora que a visão desfoca? Que tudo fica bêbado?
Sabe?
Sabe, não sabe?
Sabe quando fica impossível engolir o (famoso) gole d'água pra disfarçar? Três, quatro, dez engolidas? E não desce? Sabe?
Sabe, não sabe?
Quando fica difícil respirar? Sabe? Quando se esquece de respirar?
Sabe?

Sabe, né?




Sabe, não sabe?




Não sabe?

Que pena.





Eu sei.
Sabe, uma pena. Mesmo. Mas MESMO.



Por que eu sei.
Poderia reclamar de novo da falta de sono mas não vem ao caso.
O ponto aqui é o que essa insônia me traz, não o que a causa. Não que seja algo de diferente...

A falta dos braços, do abraço e do sorriso. A falta de notícias. A auto repressão das vontades e dos instintos.
Tudo me parece tão bom. Por que, então, não pode ser certo?


certamente mais de 3 da manhã, 01 de Junho, 2009.

sábado

30.mai.09 00:20

Sabe aquela velha "não é você, sou eu"? Pois é. Serei piegas, logo aviso.



Cansei. Cansei da putaria. Cansei da bagunça. Quero algo de verdade, algo sério.
Não é você, não são vocês, garanto. Sou eu. E minha vida. Tá tudo errado, tudo torto. Você, vocês, me fazem muito mais que bem e quero a todos intensamente (como tudo, claro). Mas não quero mais essa situação, essas situações, todas fudidas, tudo fudido, me fodendo. Tudo.

(Não dá mais pra dançar a noite inteira)
Quero ir pro bar e ficar sentada. Bebendo. Fumando. Jogando conversa fora. Matando a saudade.
[Quero ir pro cinema e ficar sentada. Vendo o filme. Dormindo, sei lá.
[Quero ir sentar pra comer. Compromisso.
[Compromisso comigo, com a minha vida.]
Quero ir pro bar e amar. Quero fazer amor. Conversar. Me gastar. Te gastar. Gastar todos vocês. Me estragar, me findar. Isso é viver. E isso é morrer de certa foma e eu sei disso mais que muita gente. E vocês também sabem. (E eu sei que alguns de vocês sabem que eu sei demais disso tudo.)
Mas isso também é viver.



Tá tudo errado. Quero coisa séria. Quero coisas sérias.
Não dá mais assim.
Minha vida está em pleno ou quase pleno descompasso e desacordo com o que quero pra mim e com o que sinto (e talvez aqui um "com o que quero sentir" caia bem).
Muitas vezes pra mim o mundo esteve torto. Hoje a desencaixada sou eu.
Sofro. Tô sofrendo. Mas sempre sofri, sei, e sempre vou sofrer e muito. Assim espero. Senão não tem graça. Tudo me é muito intenso, vocês sabem.
Sabem?
Alguns talvez o saibam. Poucos, muitos, não importa.
Como eu, certamente ninguém nunca vai se sentir. Experiências são únicas assim como os sentimentos o são e têm significados diferentes e levam a caminhos distintos.

Mais especificamente agora, isso tudo me desagrada. E "desagrada" aqui é muito fraco. A real é me me faz mal, muito mais mal do que digo suportar. Do que finjo suportar...
Não sou de ferro, ouçam bem.
Admito. Sei que afirmei e afirmarei tal besteira mais vezes do que posso e poderei me lembrar. Sei que fingi e fingirei ser mais vezes do que posso e vou poder contar.
Não sou de ferro.
Amém. (Amém?)

Vou explicar o "isso tudo":

...O fato é que você me faz tão bem e isso tudo é tão forte, tão imenso, tão intenso que mal posso descrever. E te gosto tanto... é tanto carinho, tanto gostar, tanto bem-querer, tantos tudos. Só o sorriso já me é delicioso. Não. Só o cabelo. Não! O olhar. Ou melhor, o cheiro. Ou seria a saliva, ou... não. Não sei. Sei: tudo. É demais. Me faz tão bem, tão feliz, tão melhor. E eu poderia dizer que cada um desses todos-tudos me é suficiente. Mas não é, não basta. É tanto amor que talvez nunca será suficiente.
...Um descuidado imenso com o que tal palavra pode causar, sei disso. Mas ao mesmo tempo acho que muito cuidadosamente colocada. Creio ser o certo. Creio ser o real. Por quê não então?



É isso. É tudo isso, isso tudo, sabe?



Quase tenho certeza que, por me ser tão bom, você, me colocando nessa situação (e eu me deixando e me colocando nessa situação), me faz mal. Não você. A situação, entende? Auf Ausche.



Fora isso, o resto me tem sido insuficiente. Não dá mais. Me repito e não consigo concluir. Acho que me esgotei nas palavras. O que me é conhecido também é insuficiente para me expressar. Para regurgitar tudo isso tudo da maneira apropriada. Mas é o melhor que posso fazer.

Vêem? Tudo é incerteza, tudo é insuficiente. Tenho algumas poucas certezas no momento. Mas as direi pessoalmente. Ou não.

Tá tudo errado. Tudo errado.

quarta-feira

Insone, obviamente.
[ou seria insône, não tão obviamente?]

domingo

Lua de (do) gato

(O) sorriso de gato, do gato,
em meia lua,
(que) vem iluminante, chegando,
rasgante, rasgado (gozando)
de cândida lua,

Ah! esse sorriso, que mata (me mata)
que vibra,
me vira, revira, entontece,
enebria,
entorpece: arrepia.

Chega na rua esse
só-sorriso
que em macios lábios se abrem
e me desmancham (os lábios e o sorriso);
me dissolvem como em água, em
cascata desejosa
de outro, de outros, de infidáveis, de todos.

(Não fosse essa arcada
(marcada
(de vinho e fumo,
(sorriria de volta, mas
(não merece tal tom cândido
(esse cinza pálido em desânimo)

Mas vejo então o clarão mais que reconhecivel e singular
e - já sabem - me desdobro
em outros mil
sem nem pensar! e,
na verdade, só a pensar em que
horas a
lua do gato poderei desmanchar...


*Ah como me sinto criança, imatura, bobinha e novinha demais...*
de 24 de Abril/09

domingo

Sobre entregas

Se eu me entregasse... se eu me entregasse acho que eu estragaria tudo.
Sabe? Seria como te entregar o ouro.
Sento, penso, choro algumas poucas lágrimas doídas e duras, cristalizadas. Aí penso mais e mais. E ainda tem tanto pra chorar, desse tanto que sinto, que doi, que faz doer, desse tanto pensar, tão intenso, tão denso, denso, denso. Tão denso e turvo que já nem sei mais o que pensar, já não sei mais o que penso realmente.
A única coisa que sei é que decidi me entregar. Eu tentei te amar mas vc não sentiu e não acho que eu vá te mandar a Portugal de navio, sabe?
Não, você não sabe.

Tentei parar e me acalmar... e tudo o mais, (...) mas a única coisa que consigo fazer quando não penso nisso tudo é bloquear o único fato que eu tenho certeza: gosto de você.
Gosto e já gostei mais. E poderia gostar muito mais se deixasse. Não eu, você, claro.
É tenso, é forte. É bom. Poderia ser bom.
Aí quando eu decido me entregar tudo se esvai e eu chego à conclusão de que talvez suas vaidades te valham mais que minhas verdades. Não que não as aceite ou não as entenda ou que não as preze -SEI LÁ!- mas esse lance todo do charme... Eu não sei.

E se eu dissesse isso tudo e só servisse pra inflar egos?
Tanto medo. Vejo e sinto um oceano imenso a minha frente, tão interminável que nem sei mais se ainda consigo pensar que há você do outro lado.

Não sei, não sei e não sei, sabe? É claro que não.
Ainda morro de amor.

segunda-feira

"Ah, Kinskinha linda, como sinto saudades de você. Uma coisa apertada, sabe? Mas que nunca é triste.
Estou no Fran's pensando nesse sábado que virá, como te espero. Te amo tanto. E tenho tantas pra contar.
É uma saudade boa, que me lembra dos mil-maravilhosos-momentos que compartilhamos.
Te amo tanto, lindinha...
19.Mar.09
Chin"

Sobre o querer do seu zêlo

(Ai,) Como quero seus abraços, seus braços, seus carinhos, seus lábios, sua voz, seu cabelo e seus belos olhos claros, pra eu me acalmar, respirar, pra eu me acalmar e adormecer sob seu olhar. Pra eu dormir em paz e com você.
E não quero mais nada.

Não durmo nem quero nada.
Quero você. Quero a gente.


texto de 21.Mar.09

Sobre o horrível

Esse documentário realmente mexeu com ela.
Por que essa fascinação pela morte? Por que tanta fascinação? Os rostos vazios. A mente vazia. Sem focos. Sem focos.
Tudo o que era perturbador de repente parecia inerte dentro dela. Como se estivesse adorecida. Entorpecida. Nada mais faz sentido. Tudo se converteu em um imenso céu sem nuvem, em que nada acontece, não há uma só nuvem para se olhar e tamanho clarão ofusca a vista.
Não é possível olhar para o céu. Haveria algo se passando lá em cima?
Por que tão frágil rolação com as palavras?
Está tudo adormecido.
Enjôo.
Não é possível pensar. Por que?


__
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Seria eu uma desconexa do mundo? Alheia à essa imcompreensível monstruosidade?
Por que essa sensação terrível?
Seriam normais esses pensamentos?


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Não posso me acabar ainda.
Logo hoje. Você sabia que não devia fazer.
E cá está agora tua própria mente a te atormentar. Em vésperas de vestibular.


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Por que isso está acontecendo?
Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que?


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Textos de 06.Fev.08

sábado

Sobre algo que nasce

E chegar agora em casa, com o seu cheiro na minha roupa, na minha memória, na minha pele; e o gosto da sua saliva, marcante, marcado, impregnado. A lembrança do seu toque na minha cintura, seus abraços, seus braços, seus sorrisos e, ah! aqueles olhos.
Ultimamente tudo tem me remetido a ele. Durmo e acordo pensando no cigarro dividido, nos cinco minutos longe de todos, do não-querer-que-o-tempo-passe, esse tempo que escorre, que se esvai e novamente me traz aqui.
Aí me lembro das palavras que me disse, inalteráveis, inalteradas, sonoras, presentes; e aí me lembro das palavras que disse, insuficientes porém cheias, gordas, gostosas e medrosas... mas corajosas.
E ah! algo no jeito como ele se move me afeta, me gasta, que eu gosto e quero mais, sempre mais que nunca será suficiente pra esse meu jeito impulsivo, passional e destrutivo, mas que será sempre muito bom.
E é bom que seja insuficiente, que nunca se esgote. Que nunca se esgote.
Que aí, sempre que chegar esse horário lembrarei dos beijos e das risadas e daquele olhar inigualável (e que olhar! e que olhos!), e lembrarei de tudo. Tudo.
É. Que nunca se esgote.

quarta-feira

Sobre as formas de amor

mesmíssima.

"Toda forma de amor é válida"[?]

Sobre as formas de amor

a mesma.

"Toda forma de amor é válida."
a mesma madrugada.

"Esquece este drama ou o que for, vem comigo"
mesma madrugada de 25.fev

Hoje o dia estava cinza e me dei conta do porquê não gosto de dias acinzentados: o tempo não passa. Ou melhor, parece não passar. Durante a manhã até começar a escurecer, parece o tempo todo que são três-e-meia-da-tarde.
Não gosto de dias cinzentos.

Sobre o sentir e a dor

mesma madrugada de 25.fev

Amores e pensamentos me dóem. Mas acho que sou isso, desde que me conheço. Sou dor.
Acho que sem dor não vivemos. Viver é sofrer, seja esse sofrimento maravilhoso ou terrível e é isso que nos move. Essa dor nos move. A falta dela traz acomodação e eis uma coisa que não quero pra mim.

Apesar de a conveniência ser estável e segura, ela pára (com acento ou sem acento?) sua vida. E então seguimos a uma parábola decadente, até a nulidade ou pior: até a dívida. A dívida para consigo mesmo, para com o mundo.
É. Há muito o que se fazer nesse e nessa vida. É, acho que prefiro sofrer e prefiro que doa. E gosto disso.

Tentativa de algo sobre a inconstância

madrugada de 25.fev

É fato. Ou talvez não seja... Talvez eu só queira acreditar que sim. Meu modo de viver é inconstante. Meu modo de querer é inconstante. Meu modo de fazer, de ter, de pensar é inconstante.
É como se dentro de mim houvesse um oceano. Há uma maré que sobe e desce, vem e vai, traz algo e logo leva. Às vezes traz algo que fica ali, na orla, na areia, parado, que fica. Às vezes fica por muito tempo ou pode logo ir embora. Ou posso pegar e guardar, como recolho conchinhas. Muitas delas um dia devolvo.
Amo também assim. Um amor ondular, pendular, oscilante. Amo de um jeito às vezes tão intenso, tão forte, tão grande, tão doído.

Ou será que só acho assim? Morro de amores e logo odeio para voltar a amar.
Meus pensamentos voam, chegam e vão. Alguns às vezes ficam, encalham, incham e não os suporto mais. Às vezes logo esqueço.

Acho que sou como o tempo. Há as chuvas do verão de fevereiro, que chegam num baque, densas e tensas. E logo vão. Há as chuvas estilo "dominical": chegam devagar, ficam, demoram-se algo que às vezes parece uma eternidade e vão indo embora, devagar.

Às vezes não me entendo. Ok: muitas vezes [muitas] não me entendo. Será que você se entende? Tenta, ao menos, entender?
Talvez essas perguntas e suposições não tenham respostas ou porquês ou, se tiverem, trazem outros questionamentos.

E então talvez seja isso, talvez a vida seja feita de inconstâncias e questionamentos eternos.
E você? Questiona-se? E sua vida? É estática?