quarta-feira

Tentativa de algo sobre a inconstância

madrugada de 25.fev

É fato. Ou talvez não seja... Talvez eu só queira acreditar que sim. Meu modo de viver é inconstante. Meu modo de querer é inconstante. Meu modo de fazer, de ter, de pensar é inconstante.
É como se dentro de mim houvesse um oceano. Há uma maré que sobe e desce, vem e vai, traz algo e logo leva. Às vezes traz algo que fica ali, na orla, na areia, parado, que fica. Às vezes fica por muito tempo ou pode logo ir embora. Ou posso pegar e guardar, como recolho conchinhas. Muitas delas um dia devolvo.
Amo também assim. Um amor ondular, pendular, oscilante. Amo de um jeito às vezes tão intenso, tão forte, tão grande, tão doído.

Ou será que só acho assim? Morro de amores e logo odeio para voltar a amar.
Meus pensamentos voam, chegam e vão. Alguns às vezes ficam, encalham, incham e não os suporto mais. Às vezes logo esqueço.

Acho que sou como o tempo. Há as chuvas do verão de fevereiro, que chegam num baque, densas e tensas. E logo vão. Há as chuvas estilo "dominical": chegam devagar, ficam, demoram-se algo que às vezes parece uma eternidade e vão indo embora, devagar.

Às vezes não me entendo. Ok: muitas vezes [muitas] não me entendo. Será que você se entende? Tenta, ao menos, entender?
Talvez essas perguntas e suposições não tenham respostas ou porquês ou, se tiverem, trazem outros questionamentos.

E então talvez seja isso, talvez a vida seja feita de inconstâncias e questionamentos eternos.
E você? Questiona-se? E sua vida? É estática?

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