domingo

Lua de (do) gato

(O) sorriso de gato, do gato,
em meia lua,
(que) vem iluminante, chegando,
rasgante, rasgado (gozando)
de cândida lua,

Ah! esse sorriso, que mata (me mata)
que vibra,
me vira, revira, entontece,
enebria,
entorpece: arrepia.

Chega na rua esse
só-sorriso
que em macios lábios se abrem
e me desmancham (os lábios e o sorriso);
me dissolvem como em água, em
cascata desejosa
de outro, de outros, de infidáveis, de todos.

(Não fosse essa arcada
(marcada
(de vinho e fumo,
(sorriria de volta, mas
(não merece tal tom cândido
(esse cinza pálido em desânimo)

Mas vejo então o clarão mais que reconhecivel e singular
e - já sabem - me desdobro
em outros mil
sem nem pensar! e,
na verdade, só a pensar em que
horas a
lua do gato poderei desmanchar...


*Ah como me sinto criança, imatura, bobinha e novinha demais...*
de 24 de Abril/09

domingo

Sobre entregas

Se eu me entregasse... se eu me entregasse acho que eu estragaria tudo.
Sabe? Seria como te entregar o ouro.
Sento, penso, choro algumas poucas lágrimas doídas e duras, cristalizadas. Aí penso mais e mais. E ainda tem tanto pra chorar, desse tanto que sinto, que doi, que faz doer, desse tanto pensar, tão intenso, tão denso, denso, denso. Tão denso e turvo que já nem sei mais o que pensar, já não sei mais o que penso realmente.
A única coisa que sei é que decidi me entregar. Eu tentei te amar mas vc não sentiu e não acho que eu vá te mandar a Portugal de navio, sabe?
Não, você não sabe.

Tentei parar e me acalmar... e tudo o mais, (...) mas a única coisa que consigo fazer quando não penso nisso tudo é bloquear o único fato que eu tenho certeza: gosto de você.
Gosto e já gostei mais. E poderia gostar muito mais se deixasse. Não eu, você, claro.
É tenso, é forte. É bom. Poderia ser bom.
Aí quando eu decido me entregar tudo se esvai e eu chego à conclusão de que talvez suas vaidades te valham mais que minhas verdades. Não que não as aceite ou não as entenda ou que não as preze -SEI LÁ!- mas esse lance todo do charme... Eu não sei.

E se eu dissesse isso tudo e só servisse pra inflar egos?
Tanto medo. Vejo e sinto um oceano imenso a minha frente, tão interminável que nem sei mais se ainda consigo pensar que há você do outro lado.

Não sei, não sei e não sei, sabe? É claro que não.
Ainda morro de amor.

segunda-feira

"Ah, Kinskinha linda, como sinto saudades de você. Uma coisa apertada, sabe? Mas que nunca é triste.
Estou no Fran's pensando nesse sábado que virá, como te espero. Te amo tanto. E tenho tantas pra contar.
É uma saudade boa, que me lembra dos mil-maravilhosos-momentos que compartilhamos.
Te amo tanto, lindinha...
19.Mar.09
Chin"

Sobre o querer do seu zêlo

(Ai,) Como quero seus abraços, seus braços, seus carinhos, seus lábios, sua voz, seu cabelo e seus belos olhos claros, pra eu me acalmar, respirar, pra eu me acalmar e adormecer sob seu olhar. Pra eu dormir em paz e com você.
E não quero mais nada.

Não durmo nem quero nada.
Quero você. Quero a gente.


texto de 21.Mar.09

Sobre o horrível

Esse documentário realmente mexeu com ela.
Por que essa fascinação pela morte? Por que tanta fascinação? Os rostos vazios. A mente vazia. Sem focos. Sem focos.
Tudo o que era perturbador de repente parecia inerte dentro dela. Como se estivesse adorecida. Entorpecida. Nada mais faz sentido. Tudo se converteu em um imenso céu sem nuvem, em que nada acontece, não há uma só nuvem para se olhar e tamanho clarão ofusca a vista.
Não é possível olhar para o céu. Haveria algo se passando lá em cima?
Por que tão frágil rolação com as palavras?
Está tudo adormecido.
Enjôo.
Não é possível pensar. Por que?


__
__



Seria eu uma desconexa do mundo? Alheia à essa imcompreensível monstruosidade?
Por que essa sensação terrível?
Seriam normais esses pensamentos?


__
__



Não posso me acabar ainda.
Logo hoje. Você sabia que não devia fazer.
E cá está agora tua própria mente a te atormentar. Em vésperas de vestibular.


__
__



Por que isso está acontecendo?
Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que?


__

Textos de 06.Fev.08