Sobre uma magoa.

Minha estrela me ofendeu, bateu e cuspiu na minha cara, como se eu fosse uma qualquer.
Isso me faz lembrar da minha convicção na falta de valor de cada mundo dentro de cada eu. E como eu era feliz me fazendo acreditar nisso.

Um dia uma outra estrela me ensinou a me permitir a enxergar outras coisas. E me fez perceber que poderia haver felicidade nisso. Mas aí essa mesma estrela não se permitia viver nesse mundo.

Já não sei mais o que levar em consideração.

Sobre você

Deixa eu entrar..?

Sobre mim

E eis que fiquei esperando novamente.
Me esvazio do colorido e da vida.





um dia construí meu muro de fina casca dura e resistente.
mas só descobri hoje que o motivo era minha transparência, minha veia que pulsa aparente e minha insensatez de pular de cabeça em rio raso.
Sou uma bolha de sabão.

Sobre uma linha

Se troco um troço,
um ponto,
um troco qualquer numa linha,
trago tudo do avesso
do avesso do avesso.

O brilho
emudece
e vira
brulho.

sobre a vida

vazio.

Sobre a vida

ouço Lobão

sobre a vida

sinto dor de cabeça.

que merda.

sobre a merda

me afundando num copo de tristeza, de chateação, de compreensão, de paciência, de força, de vontade, de falta de vontade, de decepções, de irritações, me afogando num tentar achar que pode-ser-é bom e sentindo que é tudo merda.

merda.

sobre a noite passada

estava a ouvir o Tchaikowski em seu mega headphone antes de dormir. viu aquele cachorro imenso no chão, andando de lá pra cá.

Sobre o "como vai"

Um vazio imenso me retornou, como se eu tivesse perdendo o chão de novo. No momento chove, chove sem parar há dias. E por algum motivo tenho plena certeza que não é apenas por ser verão. Há nuvens, nuvens demais, todos os dias, dias nublados, dias cinzas, dias feios, dias chatos, dias melancólicos, tristes, tristes e sós. Solitários que nem o amor me faz sorrir.
No momento chove, chove sem parar há dias. Vontade de que eu estivesse chorando sem parar há dias, que eu estivesse gritando sem parar há dias. Quem sabe tudo isso sumiria.
Odeio a mesmisse, o tédio, essa coisa parada que nem a chuva e o vento de dias e dias consegue dar uma agitada.
Cinicamente, ouvindo Jorge Ben, o mundo me diz que domingo dia 23 é dia de São Jorge passear pela vida. Cinicamente domingo dia 23 é amanhã.

Odeio domingos.
Odeio domingos.

Há umas horas atrás pensei na morte e acabo de me lembrar que isso tem sido um pensamento recorrente.
Acho que preciso viajar pra Bahia, enjoar do vento e do sol e voltar pra vida normal. Lembrei-me que a mesmisse me incomoda tanto. Preciso de novidades. Acho que um tapa na cara serve. Nunca levei um tapa na cara. Nem nunca dei um. E sempre que sonho comigo dando tapas na cara acabo por me frustrar, eles nunca tem força o suficiente pra fazer ventinho.
Sobre a coisa de gritar por dias, acho que seria o melhor no momento. A rouquidão no momento seria algo aprazível.




Nunca soube porquê cheguei a divulgar esse blog. Minhas coisas divulgadas são como berros cochichados na tentativa carente de atenção sem querer admitir tal vontade pra vocês e pra mim.
Não?