sexta-feira

Sobre um pedido

Como aquele sentimento de melancolia era presente... A vontade, a imagem, de estar à beira de um precipício, só imaginando o que seguiria. Talvez fosse mais bonito passar a vontade, ficar naquela embriaguez densa de fumaça passada, fumaça venenosa do pensamento.
Pensava no irmão e algo pra escrever a respeito dele, de forma densa, calma e espinhosa. Um dia lhe pediram que inventasse, que contasse qualquer história, de um lugar qualquer, de um qualquer que não existisse. Pensava então "Perdão... tudo que imagino, que penso tem a ver com o roteiro da minha própria vida". E aí, dando as costas pro abismo, já com os pés na grama bem verde com sensação de bolhas debaixo dos pés se lembrou que um dia pensou que o amor não existia. Fechou os olhos, imaginou aquilo tudo num verde jamais visto.

a ser continuado.

terça-feira

sobre mim e sobre tudo

sobre mim e sobre tudo tenho poucas coisas a dizer:
Gosto de cafuné e de me coçar
gosto de girassóis
gosto de andar na areia
gosto de andar
gosto de andar sem ter pra onde ir
Não gosto de comer até ficar com a barriga doendo
nem gosto de violência nem enjôos e dores no estômago
não gosto de dias cinzas, de dias nublados, de dias chuvosos
Mas gosto de chuva
De ver a chuva cair
E ver a chuva começar a cair
E gosto quando depois vejo um arco-íris.
Gosto de bocejar, de espirrar e espreguiçar. E de arranhar.
De abraços.
E odeio planos. E odeio fazer planos.
E seguir planos. Eu nunca os sigo.

O mundo além disso é a vida e como bom ser-vivo, vivo a vida, levando, gostando, desgostando.
Quer saber? Nenhum de vocês nunca me deu um girassol.
Foda-se. Dar-me-ei meu próprio girassol, que será muito maior, mais belo e vivo que o que qualquer um aqui, num dia, possa me dar.



Ah, e meu girassol vai sempre - SEMPRE - olhar pro Sol. Pro MEU Sol.

sexta-feira

sobre um momento

Nunca lhe dera motivo pra amá-lo.
Nunca lhe dera motivo pra que se sentisse mulher.

Só motivo pra ironias e sorrisos despedaçados.
Nem motivos pra que sentisse pena disso lhe dera.

Fim.

terça-feira

Sobre um certo sorriso

Sempre que lembrava de quando olhava aquele sorriso por trás dos óculos sentia pena.
Sentia pena dos dois.

De si por acreditar que tal sorriso lhe daria motivos pra tudo aquilo que pensava, sentia, pra forma como agia. Sentia pena de si porque confiara fielmente que aqueles óculos, aquela máscara, aquele sorriso, lhe traria alguma resposta pra toda aquela vontade. Resposta, verbal, resposta física, emocional, qualquer coisa.
Pena dele, que não teve ou não quis ter a capacidade de admitir qualquer coisa. Qualquer coisinha boba, qualquer coisa simples, pr'os dois. Qualquer uma. Pena porque aqueles óculos escondiam seu rosto todo, seu todo.
Que carapaça dura inquebrantável, pensava, já que sempre pulsou através dos outros, e sempre entendera, decifrara, devorara impiedosamente.
Quanta dó, quanta raiva, quanto asco.
O asco que vinha pelas narinas e lhe subiam os pêlos quando lembrava do sorriso doce e misterioso de quer-não-quer. O asco que jamais a permitiu pensar no outro com carinho sem que junto viesse o aborrecimento pelo que lhe passou.

Depois de tanto tempo pensando na mesma coisa agradecia, pelo menos, que pudera ter alguma lição daquilo tudo, daquela qualquer-coisa toda. Afinal, de tudo se tira uma lição.
Lições sábias raras são quando não dolorosas.
E a dor permitiu ultrapassar aquilo tudo, aquela insatisfação, aquela neurose de sorriso maldito.

Hoje não é mais dor.
Hoje é música e cor e vento e vida. E tudo isso também tem sua dor.
Mas o que não tem?

Sobre o desbotamento

Sinto falta da cor que você põe em mim.
Toda aquela cor. E o amor....

Ai, o amor...

quarta-feira

Sobre a gente, sobre o convívio, sobre o amor e sobre todo o resto

EU TE QUERO NA MINHA VIDA, INVADINDO ELA, TROCANDO COMIGO, TUDO, SEMPRE.
TE QUERO!!















aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh