às 4:18 d amadrugada de segunda para terça 16.Dez.08
Sobre o periquito que se foi
Aquele periquito ficava ali havia anos no mesmo local, em cima do mesmo interfone, no mesmo restaurante que nunca mudou de endereço e está lá desde-que-me-conheço-por-gente.
O periquito era de cerâmica, nada muito fino, numa pose receptiva e calorosa; empunhava uma tocha, uma espécie de lança, não sei.
Um dia a pequena estátua, por algum motivo que não me recordo, partiu-se ao meio, fazendo rolar a cabeça do mascotinho.
Quem agora iria recepcionar o público ou proteger a casa?
De qualquer forma não sei como termina a história. Não sei se saiu da minha memória ou da imaginação.
...Tenho a impressão de lembrar-me de algo assim (eu sempre tenho isso); mas....
terça-feira
Sobre tentativas
Tentativas. A vida é feita delas, não é? Delas e de escolhas, dezenas, centenas, milhares delas.
Tentar dormir, escolher suco de laranja, escolher meias brancas, tentar escrever, tentar um amor, escolher uma carreira, tentar não pensar naquilo-que-disseram-que-iam-te-contar-mais-tarde. Algumas são em vão, outras valem a pena, outras nós desistimos, outras nós esquecemos ou desistimos.
De repente retomamos [ou elas nos retomam] uma ou outra, com mais maturidade na maioria das vezes, pra concluir e seguir.
O texto próximo abaixo é uma tentativa de expressão numa quarta-feira cinzenta e turbulenta, há alguns meses. Como o do post anterior, não está polido, aperfeiçoado. Nem concluído.
[Em meio a essa tempestade desregulada de idéias me descubro e relembo velhos pipocares: farei um balão. E então, deitada, tentando dormir, me vejo no chão, colando o jornal na bexiga e pintando o papel maché ja seco e pendurando meu primeiro balão no meu teto, logo acima de onde estou.
Depois lembro do sonho de 6 meses atrás -porque so fui lembrar-me agora? - que me lembra outro e então...
Ok, esquece. "Você tem que dormir" me repito ao tomar novamente conhecimento de que estou com os olhos vidrados e alertas à sombra do balão que está por vir.
E essa tempestade de fluxo descontínuo, irregular como eu, volta e vai e volta (...)]
(...) então tive que descer, que já perdi meu ponto!
É isso, acho que chega o momento em que aquele ponto de luz no horizonte se deita.
Tentar dormir, escolher suco de laranja, escolher meias brancas, tentar escrever, tentar um amor, escolher uma carreira, tentar não pensar naquilo-que-disseram-que-iam-te-contar-mais-tarde. Algumas são em vão, outras valem a pena, outras nós desistimos, outras nós esquecemos ou desistimos.
De repente retomamos [ou elas nos retomam] uma ou outra, com mais maturidade na maioria das vezes, pra concluir e seguir.
O texto próximo abaixo é uma tentativa de expressão numa quarta-feira cinzenta e turbulenta, há alguns meses. Como o do post anterior, não está polido, aperfeiçoado. Nem concluído.
[Em meio a essa tempestade desregulada de idéias me descubro e relembo velhos pipocares: farei um balão. E então, deitada, tentando dormir, me vejo no chão, colando o jornal na bexiga e pintando o papel maché ja seco e pendurando meu primeiro balão no meu teto, logo acima de onde estou.
Depois lembro do sonho de 6 meses atrás -porque so fui lembrar-me agora? - que me lembra outro e então...
Ok, esquece. "Você tem que dormir" me repito ao tomar novamente conhecimento de que estou com os olhos vidrados e alertas à sombra do balão que está por vir.
E essa tempestade de fluxo descontínuo, irregular como eu, volta e vai e volta (...)]
(...) então tive que descer, que já perdi meu ponto!
É isso, acho que chega o momento em que aquele ponto de luz no horizonte se deita.
domingo
sexta-feira
Sobre apenas o querer
"Eu quero rir até sentir dor,
Quero chorar até não ter mais o que chorar
Vou gritar até me esvaziar
Quero correr até não agüentar mais
Me espreguiçar bem devagar e me esticar como borracha
Quero cair, cair, cair
Quero ouvir a chuva cair
Sentir o vento gelado no rosto, num dia de inverno
Quero sentir o cheiro da grama recém cortada e das páginas do dicionário
Sentir o cheiro da chuva,
Ouvir e ver e sentir o feijão despejando
Sentir o calor do Sol nas costas no mesmo (num outro) dia de inverno
Passar a mão nas pedras e sentir sua seriedade
Fazer carinho na grama e nas páginas do dicionário
Vou respirar bem fundo. E soltar tudo de uma vez.
Quero sonhar.
E então voltar a viver"
[??] [meu texto infantil de um dia tosco, na integra]
quero ver o sol atrás do muro
quero um refúgio que seja seguro
uma nuvem branca sem pó, nem fumaça
quero um mundo feito sem porta ou vidraça
quero uma estrada que leve à verdade
quero a floresta em lugar da cidade
uma estrela pura de ar respirável
quero um lago limpo de água potável
quero voar de mãos dadas com você
ganhar o espaço em bolhas de sabão
escorregar pelas cachoeiras
pintar o mundo de arco-íris
quero rodar nas asas do girassol
fazer cristais com gotas de orvalho
cobrir de flores campos de aço
beijar de leve a face da lua>
sem diretas nem indiretas inspirações e influências.
Quero chorar até não ter mais o que chorar
Vou gritar até me esvaziar
Quero correr até não agüentar mais
Me espreguiçar bem devagar e me esticar como borracha
Quero cair, cair, cair
Quero ouvir a chuva cair
Sentir o vento gelado no rosto, num dia de inverno
Quero sentir o cheiro da grama recém cortada e das páginas do dicionário
Sentir o cheiro da chuva,
Ouvir e ver e sentir o feijão despejando
Sentir o calor do Sol nas costas no mesmo (num outro) dia de inverno
Passar a mão nas pedras e sentir sua seriedade
Fazer carinho na grama e nas páginas do dicionário
Vou respirar bem fundo. E soltar tudo de uma vez.
Quero sonhar.
E então voltar a viver"
[??] [meu texto infantil de um dia tosco, na integra]
quero ver o sol atrás do muro
quero um refúgio que seja seguro
uma nuvem branca sem pó, nem fumaça
quero um mundo feito sem porta ou vidraça
quero uma estrada que leve à verdade
quero a floresta em lugar da cidade
uma estrela pura de ar respirável
quero um lago limpo de água potável
quero voar de mãos dadas com você
ganhar o espaço em bolhas de sabão
escorregar pelas cachoeiras
pintar o mundo de arco-íris
quero rodar nas asas do girassol
fazer cristais com gotas de orvalho
cobrir de flores campos de aço
beijar de leve a face da lua>
sem diretas nem indiretas inspirações e influências.
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