quarta-feira

Abriu os olhos velhos de pó. Secos. Tristes. Desesperançados. Tranquilos, quase mortos. Avistou o pequeno objeto há muito guardado enrolado em um papel de seda. O papel amarelado do tempo e do pó revelava o pequeno botão, liso e laqueado, um bonito botão pálido.

Não se lembrava de tê-lo guardado ali, tantas caixas e gavetas sempre visíveis, esquecidas no tempo de suas jovens memórias.

Abriu os olhos que há muito não abria. Como se tivesse esquecido que há de se ver, olhar, atentar, acompanhar.

Lembranças são assim, há que serem lembradas, oras.

Setembro

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